sábado, 1 de maio de 2010

Paradas LGBT: grandes eventos de visibilidade



Paradas LGBT: grandes eventos de visibilidade

ORIGEM DAS PARADAS DE ORGULHO GAY

As Paradas de Orgulho LGBT ou Paradas de orgulho gay surgem inspiradas ou influenciadas no caso de resistência homossexual no bar gay Stonewall In em 1969 em Nova York. Esse bar era freqüentado por gays, lésbicas e travestis que frequentemente eram presos pela polícia. Numa dessas "batidas" da polícia no dia 28 de Junho de 1969, os frequentadores do local resolveram enfrentá-la surgindo assim um dos primeiros movimentos de resistência homossexual que inspiraram outros movimentos semelhantes mundo afora. Influenciadas por esse evento de resistência e num contexto em que outros movimentos de luta como o feminismo surgiam, começam a surgir também as chamadas Paradas de orgulho gay, onde os homossexuais saem dos seus lares para ir para o espaço público reivindicar igualdade de direitos.

O CONTEXTO BRASILEIRO

As Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) brasileiros têm em torno de *78 direitos negados pelo Estado em comparação com os heterossexuais, apesar de pagarem os mesmos impostos e terem as mesmas obrigações que qualquer outro brasileiro. Por isso, o Movimento Homossexual Brasileiro (MHB) se movimenta no sentido de reivindicar direitos iguais para os LGBT. As paradas que acontecem pelo Brasil são os momentos de VISIBILIDADE. Com certeza as pessoas convivem com homossexuais no seu dia a dia, mas não os reconhece, porque ao contrário do que quer afirmar os estereótipos, nem todos os gays são mais delicados, ou as lésbicas menos delicadas. Em outros casos como o das travestis a sua condição é visível o que as tornam alvos fáceis do preconceito e dos crimes homofóbicos e o mesmo acontece com os gays e lésbicas que assumem sua orientação sexual publicamente. Os gays são pessoas como quaisquer outras e se não afirmam ou assumem sua sexualidade em público passam até mesmo por heterossexuais. No caso das pessoas que não assumiram a sua orientação sexual homossexual em público - ou que ainda estão "no armário" como se convencionou referir aos “não assumidos” - tornam se então INVISÍVEIS tanto para as outras pessoas como também para o Estado no que diz respeito a sua orientação sexual e consequentemente aos direitos que lhes são negados. Ao longo dos tempos a INVISIBILIDADE dos homossexuais contribuiu para que essa parcela da população vivesse à margem da sociedade e ainda hoje têm em torno de *78 direitos negados pelo Estado se comparado com os heterossexuais além de ser um grupo alvo da violência motivada pelo ódio a sua orientação sexual. É por causa dessa desigualdade de direitos e pela **violência que vitima centenas de homossexuais a cada ano no Brasil que essa parcela da sociedade precisa ir para o espaço público, mostrar que eles existem (SEREM VISÍVEIS) e consequentemente reivindicarem IGUALDADE DE DIREITOS. Atualmente o MHB luta também pela criminalização da homofobia assim como aconteceu com o racismo. Qualquer movimento social precisa se mostrar visível para reivindicar seus direitos e com o movimento LGBT isso não é diferente, pois como é sabido, não é possível SERES INVISÍVEIS reclamarem direitos. Daí a importância da VISIBILIDADE que as paradas promovem.



A IMPORTÂNCIA DA VISIBILIDADE PARA A REIVINDICAÇÃO DE DIREITOS

As Paradas gays representam o momento onde os LGBT saem dos seus lares para invadir o espaço público e reivindicar IGUALDADE DE DIREITOS. O que isso representa para todos os LGBT? VISIBILIDADE. Nesses momentos, mesmo as pessoas que ainda estão no "armário" saem às ruas de uma forma festiva para reivindicarem DIREITOS IGUAIS. É preciso levar em conta que vivemos em uma sociedade extremamente preconceituosa, repressora das homossexualidades e violenta com os LGBT, portanto as Paradas são um dos raros momentos em que os LGBT experimentam a liberdade de poderem demonstrar em público (fora dos guetos) a sua orientação sexual e a sua afetividade. Nesses momentos de VISIBILIDADE, os LGBT “assumidos” e os "não assumidos" se juntam aos simpatizantes favoráveis a causa LGBT e tomam o espaço público para mostrarem à sociedade e ao Estado que eles existem e exigem igualdade de direitos. Assim como os trabalhadores que saem às ruas para reclamarem melhores salários e condições de trabalho ou as pessoas que saem às ruas em passeata para protestarem contra a corrupção, os LGBT também saem às ruas para reivindicarem DIREITOS IGUAIS. É obvio que em relação aos casos citados acima deve ser guardada as suas devidas proporções e diferenças em relação à luta dos LGBT, afinal nos casos citados não há perda de direitos como é o caso dos homossexuais e nem risco de perderem a vida vitimas de crimes de ódio motivados pela não aceitação da orientação sexual homossexual. Esses crimes praticados contra os LGBT motivados pela não aceitação de sua orientação sexual são os chamados crimes homofóbicos. Como os homossexuais estão em desigualdade de direitos, eles se unem para reivindicá-los, por isso, as Paradas são formas de VISIBILIDADE desse grupo. Mesmo muitas pessoas considerando - inclusive alguns LGBT - esse evento uma grande festa e, ainda que ela aconteça de forma festiva, o mais importante nesse evento é a VISIBILIDADE homossexual que ele representa. Essa é uma forma de mostrar para a sociedade e para o Estado que os LGBT existem e que estão ali reivindicando os direitos que lhes são negados. Esse segmento sempre foi historicamente discriminado, oprimido e se tornou invisível aos olhos do Estado no que diz respeito aos seus direitos. Também não pode ser esquecido e ignorado as centenas de LGBTs brasileiros que perdem suas vidas vitimas de crimes homofóbicos, lesbofóbicos e transfóbicos todos os anos. Segundo dados de grupos representantes dos homossexuais a cada dois dias um homossexual é morto no Brasil vítima da homofobia. Isso torna o Brasil um dos países campeões em mortes de homossexuais no mundo.



O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS PARADAS DE ORGULHO LGBT

As Paradas de Orgulho Gay ou Paradas LGBT e a visibilidade proporcionada por elas consiste num dos importantes instrumentos para cobrar do poder público a IGUALDADE DE TRATAMENTO E DE DIREITOS. O que MUITOS DESCONHECEM é o que ESTÁ POR TRÁS dessas paradas, ou o “Making off “ das mesmas. Antes das Paradas LGBT tomarem às ruas, seminários, congressos, encontros, mesas redondas e outros eventos discutem as questões relacionadas à homossexualidade ou homossexualidades. Em cada Estado, nuns mais e outros menos, acontecem esses eventos chamados “Eventos pré- Parada” que falam dos direitos dos homossexuais, de saúde, da violência contra eles, de educação, das lutas ao longo do ano, das avanços, dos retrocessos, de VISIBILIDADE, invisibilidade, enfim, discutem as políticas públicas ou a ausência delas no que se refere aos LGBT. Esses eventos acontecem ao longo de várias semanas ou até meses antes da data de realização das paradas. Então, achar que as Paradas consistem apenas numa grande festa, seria reduzi-la a algo muito menor do que ela realmente representa. É preciso que as pessoas, incluso alguns LGBT, saibam que as Paradas representam mais que uma grande festa, elas representam UM GRANDE EVENTO DE VISIBILIDADE desse grupo tão discriminado e oprimido. Em momentos como esse, as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais se tornam visíveis e juntos com os simpatizantes tomam o espaço público para REIVINDICAREM OS DIREITOS QUE LHES SÃO NEGADOS.


O FOCO DO MHB E AS PROPOSIÇÕES

O escopo da luta do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB) é o reconhecimento da diversidade sexual, o respeito às homossexualidades, a garantia de direitos por parte do Estado e a criação de políticas públicas para esse grupo que historicamente esteve à margem da sociedade por causa de seus direitos que sempre lhes foram negados. O que esse movimento social denominado Movimento Homossexual Brasileiro ou “movimento gay” como ficou conhecido pleiteia perante o Estado não é nem mais nem menos, apenas lutam por RECONHECIMENTO DA DIVERSIDADE SEXUAL, RESPEITO ÀS HOMOSSEXUALIDADES, IGUALDADE DE DIREITOS E A CRIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA OS LGBT. Por todos os crimes que vitimaram e ainda vitimam os homossexuais, ainda se encontra em tramitação o Projeto de Lei Federal ou PLC 122/2006 que criminalizará a homofobia - e já sofreu inúmeras modificações para conseguir ser aprovado – foi aprovado pela Câmara dos Deputados e no momento se encontra no Senado e sofre pressão da bancada evangélica para que ele não seja aprovado. Também existem cerca de 20 Projetos de Leis além de outros Requerimentos em favor dos LGBT que aguardam aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado brasileiro. Apesar dessa Lei Federal que pune a homofobia ainda não ter sido aprovada, já existem muitas Leis estaduais e municipais que criminalizam a homofobia e a discriminação motivada pela orientação sexual.


* Pelo menos 78 direitos são negados aos casais homossexuais
http://carlosalexlima.blogspot.com/2009/07/pelo-menos-78-direitos-sao-negados.html

** Brasil é líder em assassinato de homossexuais
http://www.abril.com.br/noticias/comportamento/brasil-e-lider-em-assassinato-de-homossexuais-539012.shtml

2 comentários:

  1. Gostei muito do seu blog gostaria de ser seu seguidor . gil.fredericolorca@hotmail.com

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  2. Olá Frederico! Fico feliz em saber que vc deseja ser um seguidor do meu Blog. Seja bem vindo!

    Grande abraço!

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