Por que é importante votar em candidatos pró-LGBT?
Pode
parecer óbvio que é importante votarmos em candidatos que nos representem, seja
para Presidente da República ou para vereador de nossa cidade, mas o que de
fato percebemos é que não temos sido capazes de eleger um número significativo
de políticos que nos represente a despeito de sermos 10% da população e
conseguirmos organizar duas paradas com mais de 1 milhão de participantes.
O que
está acontecendo então?
Por que
somos tantos, mas somos tão mal representados?
Uma
possível resposta é que ser um LGBT é apenas parte do que somos, e temos nos
esquecido dessa nossa particularidade nas eleições.
Antes de
sermos LGBT, temos sido petistas, tucanos, ambientalistas, paulistas, mineiros,
profissionais liberais, servidores públicos, negros, mulheres, e temos colocado
todas essas questões como prioritárias, nos esquecendo de que as demandas LGBT
também deveriam ser encaradas como prioridade.
Quais têm
sido as consequências desse nosso descuido?
Primeiramente,
os grupos que se opõem aos nossos direitos, principalmente os fundamentalistas
evangélicos e católicos, estão cada vez mais organizados e articulados,
ganhando cada vez mais espaço e prestígio nos fóruns políticos. Não é por acaso
que o PLC 122 não avança no Congresso, não é à toa que o programa Escola sem
homofobia foi vetado pela presidente. Tudo isso reflete a crescente capacidade
de pressão de nossos adversários.
Além
disso, temos nos permitido seguir divididos, brigando internamente, quando
deveríamos estar trabalhando pelos mesmos objetivos. A disputa de LGBTs
petistas contra LGBTs tucanos é o exemplo mais marcante, mas não o único.
Enquanto isso ocorrer, as demandas dos LGBT ficarão em segundo plano na agenda
dos políticos, uma vez que elas serão sempre percebidas como de importância
menor e não determinantes para a vitória eleitoral de qualquer grupo político.
O
recrudescimento de crimes homofóbicos, as seguidas derrotas que os LGBT têm
sofrido no âmbito do legislativo e do executivo federais e o fortalecimento dos
nossos opositores torna urgente que nos mobilizemos e passemos a priorizar a
conquista de nossos direitos sobre todas as outras questões políticas atuais.
Devemos
preferir candidatos LGBT ou claramente pró-LGBT ainda que isso signifique
deixar de votar no nosso amigo, parente ou partido, se estes não se
comprometerem sinceramente com a nossa causa. Só assim conquistaremos o
respeito (ou medo) da classe política, que perceberá que qualquer projeto de
poder deve nos incluir para ser bem-sucedido.
P.S
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